quinta-feira, 12 de outubro de 2017

"O Alienista Machado de Assis."




"O Alienista Machado de Assis."




1 O AlienistaMachado de Assis
2 1. ResenhaSimão Bacamarte foi um grande médico, que decidiu seguir o ramo da psiquiatria; inicia um estudo sobre a loucura e seus graus, classificando-as, escolheu Itaguaí para poder continuar seguindo sua vida, preferindo essa cidade que conta com grande conceito europeu.Casa-se com D. Evarista da Costa, uma senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz, o qual percebe-se que não é bonita nem simpática.
3 Bem recebido pela população, monta na cidade, uma espécie de hospício, onde concebe o nome de “Casa Verde”, por alusão à cor das janelas, que pela primeira vez apareciam verdes; lá pretende executar seus projetos científicos, analisando cientificamente o homem; porém a população não gosta, quando ele decidi por “aprisionar” as pessoas loucas.Pretende separar o reino da loucura do reino do perfeito juízo.
4 No desenrolar do conto, percebe-se que Bacamarte era apenas mais um egoísta, valorizando-se mais e desprezando os outros.Se acha o único reto e sadio, dessa forma ele próprio se internou, onde morreu 17 meses depois.
6 TemaDiferença entre loucura e sensatez.
7 Aspectos que chamaram a atenção.
Não podemos julgar as pessoas pela aparência ou seus atos.O egoísmo diante de Bacamarte.Não se achar o melhor de todos, pois há pessoas que possuem talentos melhores que si próprio.
9 2. Características da obra
Pessimismo.Acha que é o centro do universo.Tem sobre tudo a presença do humor e ironia.Análise psicológica e a crítica social.Montando um micro-realismo, Machado de Assis torna-o cego para questões sociais, se achando o melhor de todos.Entende-se que a literatura machadiana demonstra com expressão os problemas psicossociais.
11 3. Hábitos sociais do séc. XIX
Classe social: BurguesiaHábitos burgueses:Festas – Costumavam ir ao teatro.Outra coisa importante nessa época é que liam muitos livros.Profissões em evidência da época:Médicos, advogados e escritores.
12 4. Análise das personagens
Dr. Simão Bacamarte - é o protagonista da história. Representa a caricatura do cientificista do século. Acabou se tornando vítima de suas próprias idéias, recolhendo-se à Casa Verde por se considerar o único cérebro bem organizado de Itaguaí.D. Evarista - Embora não fosse "bonita nem simpática", o doutor a escolheu para esposa porque ela "reuni condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem", estando apta para dar-lhes filhos robustos, são e inteligentes". Chegou a ser recolhida à Casa Verde, certa vez, por manifestar algum desequilíbrio mental.
13 Porfírio, o barbeiro - Posto que representa a caricatura política
Porfírio, o barbeiro - Posto que representa a caricatura política. Representa bem a ambição de poder, quando lidera a rebelião que depôs o governo legal. Foi preso na Casa Verde duas vezes; primeiro, por Ter liderado a rebelião; segundo, porque se negou a participar de uma Segunda revolução.Crispim Soares - era o boticário. Muito amigo do Dr. Bacamarte e grande admirador de sua obra humanitária. Também passou pela Casa Verde, pois não soube "ser prudente em tempos de revolução", aderindo à causa do barbeiro.
15 5. Há ironia?A ironia de Machado de Assis é notória nesse conto, quando mostra a hipocrisia do ser humano que só pensa em seu próprio prestígio.
16 6. NarradorTipo: Narrador onisciente.Foco Narrativo: O narrador está em conformidade com os princípios da literatura realista; isto é, trata-se de um narrador-onisciente, preocupado com a objetividadeImportância do Narrador: A intenção do narrador é a análise do comportamento humano: vai além das aparências e procura atingir os motivos essenciais da conduta humana, descobrindo, no homem, o egoísmo e a vaidade.
17 7. Justificativa da escolha do título
O Alienista, se dá ao fato de Dr. Simão Bacamarte ser um médico, que ao desenrolar do conto, resolve se especializar na área da psiquiatria.Alienista = Médico especializado em “alienação mental” ou loucura; De forma mais geral, o equivalente do que hoje conhecemos por psiquiatra.
19 Literatura – Profª. Alessandra
GrupoMaurício Nº 22Pedro Nº 24Richard Nº 28Túlio A Nº 33Túlio P Nº34Literatura – Profª. Alessandra1ª Série EM II2011


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Apresentação em tema: "da Loucura & da Psiquiatria"—

1 da Loucura & da Psiquiatria
A História :da Loucura & da Psiquiatria


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2 *Difícil de ser definida.
O QUE É LOUCURA?*Difícil de ser definida.*Designa louco aquele individuo cuja maneira de ser diferente em comparação a uma outra maneira de ser, considerada normal para a sociedade.* Insano que é aquele cujo distúrbio mental ou psicose é de tal gravidade que impossibilita de responsabilidade ou capacidade legal.
3 COMO DEFINIR O SER “LOUCO”?
Um estado de perda de consciência de si no mundo* Uma doença, ou seja, um estado físico mental.* Um distúrbio orgânico ou desequilíbrio emocional com desvio de comportamento.* Um estado progressivo de distúrbios emocionais ou somáticos cuja origem é o desajustamento do individuo à sociedade que vive.
4 LOUCURA???Segundo Aurélio, é estado ou condição de louco, insanidade mental.Louco – que perdeu a razão, doido, maluco, contrário à razão, insensato, dominado por uma paixão intensa, apaixonado,esquisito, excêntrico, imprudente.
5 Loucura s. f. 1. Estado de quem é louco. 2. Med. Desarranjo mental;
demência; psicose.3. Ato próprio de louco.4. Insensatez.5. Aventura insensata.6. Grande extravagância.Dic. Michaellis
6 A HISTÓRIA DA LOUCURA E DA PSIQUIATRIA
Há escritos das várias épocas da história, que procuram explicar a loucura, determinar-lhe as causas, os tipos ou formas, bem como suas manifestações na vida cotidiana. Os conceitos de loucura, de épocas diferentes, podem ser confrontados, segundo a natureza do que se designa como tal, ou segundo as causas às quais se pode atribuí-la.
7 ۩ cultura ۩ representações ۩ sociedade ۩ tempo História LOUCURA X
CONTEXTO HISTÓRICO۩ culturaHistória LOUCURAXPSIQUIATRIA۩ sociedade۩ representações۩ tempo
8 NA ANTIGUIDADENão existe uma concepção estruturada da “natureza humana”.Distorções ou aberrações são concebidas vagamente, na ausência de qualquer vislumbre de psicologia e atribuídas a entidades conhecidas.
9 Na AntiguidadeHomeroAs decisões dos homens são instrumentalizadas pela divindade e seus agentes, são frutos dos caprichos dos deuses – ORIGEM DIVINA.“Os deuses podem transformar em nércio o homem mais sensato e dar bom senso ao imbecil”Os textos trágicos – Sófocles, Ésquilo e EurípidesA loucura seria decorrente de conflitos entre desejos, impulsos e as normas;Desta forma, é instaurada uma concepção psicológica da loucura.
10 Hipócrates Na Antiguidade
A loucura seria decorrente de alteração nos humores (sangue, pituíta, bílis amarela e escura);Inaugura a teoria organicista da loucura;quadro clínico variado;Exclui a etiologia divina da loucura;A saúde mental seria a saúde do cérebro;O equilíbrio entre as condições ambientais e as funções orgânicas constituiria a saúde, o bem-estar, a normalidade.
11 A Doutrina DemonistaNos primeiros séculos d.C., a mitologia demoníaca evoluiu passa a considerar as divindades “pagãs” como demônios e o pagão (herege) passa a ser visto como um partidário ou instrumento do demônio;Os séculos XVI e XVIIA partir do século XV, os exageros do Compendium(ação diabólica, como explicação para todas as circunstâncias inexplicáveis) suscitaram perplexidade nos extratos mais cultos da sociedade;No século XVII, surgem as primeiras classificações médicas da “alienação mental”;
12 PINELMédico pioneiro no tratamento dos doentes mentais. Nasceu em 20 de abril de 1745 no sul da França e faleceu em 1826, em Paris..Inicialmente clinicou e somente passou a se interessar pela psiquiatria em 1780, aos 40 anos devido à preocupação em socorrer um amigo vítima de psicose maníaca aguda. Somente em 1786 tratou de doentes mentais.foi nomeado chefe de um asilo masculino onde eram reunidos loucos e criminosos que eram mantidos acorrentados, observou por um tempo a situação e retirou as correntes e usava camisa de força em situações de violência e agitação. Depois foi nomeado chefe de um hospício feminino, onde aplicou os mesmos métodos e obteve bons resultados. Foi então o primeiro a distinguir as alucinações e uma série de outros sintomas.
13 A Loucura segundo a Psiquiatria do séc XIX
O Tratado de Pinel1801 – inaugura a psiquiatria como especialidade médica;A observação demorada do comportamento dos pacientes seria o caminho para ordenar os sintomas – as alterações psicopatológicas são descritas em detalhes;A loucura seria a lesão das funções mentais;Causas: orgânicas (embriaguez, partos, menopausa, TCE, etc) ou morais (paixões, vícios, conflitos, frustrações, hábitos, gostos, etc);
14 O Tratado de PinelFatores de história anterior do paciente, fatores hereditários, hábitos e reações afetivas aprendidas, condições afetivas atuais, condições orgânicas e influências do ambiente;O tratamento consistiria na reforma dos costumes do paciente; se esta fosse impossível, a competência clínica cessava – restava ao paciente o confinamento definitivo.
15 Depois de PinelSurgem várias classificações da loucura, que passa a ser vista como uma doença;São realizados levantamentos populacionais das “doenças mentais”;Há a consolidação da necessidade do rigor clínico na observação do comportamento do paciente.
16 O Século XXKraepelin – descreveu, classificou e investigou a etiologia e o curso dos principais transtornos mentais;Freud – desenvolveu uma teoria da mente humana e um método sistemático de tratamento psicológico – a psicanálise;(ciência do inconsciente)‏Por volta dos anos 50, surgem as primeiras medicações destinadas ao tratamento de pacientes psiquiátricos – lítio, clorpromazina e imipramina.
17 O Século XXTranstorno mental – “...um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecíveis associado, na maioria dos casos, a sofrimento e interferência com funções pessoais” – CID-10.
18 O Século XXSaúde: saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não, meramente, a ausência de doença (OMS).
19 assistência médica especializada 
NO BRASILMetade do século XIXassistência médica especializada º citação referente a assistência alienados - SP (Alho Filho; 1980)‏ D. Pedro II → 1º H.P.B. → RJ - Hospício D. Pedro II (1852)religiosas da Santa Casa de MisericórdiaErrantesPrisõesPorões das SCMNÃO
20 SÃO PAULO*PERNAMBUCO*PARÁ*BAHIA*PARAÍBA*RIO GRANDE DO SUL*CEARÁ*PIAUÍ**
21  Republicanos/poder (1890) → psiquiatria moder.
CRITICA AO HOSPITALcategoria médica Republicanos/poder (1890) → psiquiatria moder. Poder do estado → Hospício Nacional dos Alienados Assistência Médico-legal dos AlienadosPRIMEIRA REFORMAReivindicava poder de decisãoMá qualidade da assistênciaAtitudes pouco terapêuticasCriar espaço terapêutico
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Michel Foucault e o tratamento psiquiátrico


Michel Foucault e o tratamento psiquiátrico

Por meio da leitura do livro História da Loucura de Michel Foucault (2006), busco analisar as condições sociais das pessoas com transtorno mental. Partindo da visão que a Igreja tinha sobre o tratamento das pessoas com transtornos mentais ou aqueles que Foucault denomina como portadores da razão, que eram pessoas que viviam em miséria intelectual, física ou de sobrevivência, em uma sociedade cível, em que estava começando a surgir indícios de capitalismo.
Segundo a Igreja católica da época, estas pessoas viriam ao mundo nestas condições por terem, em vidas anteriores, cometidos pecados, como a heresia, por exemplo, e que o sofrimento destes acarretaria na conquista da paz de espírito, sendo que os demais indivíduos deveriam contribuir para este sofrimento.
Esta contribuição dos demais indivíduos é possível ser vista no decorrer do primeiro capítulo da obra estudada, em que é descrita a situação dos leprosos (uma doença que degenerava partes do corpo desses enfermos), causando medo, repulsa e discriminação, sendo que os demais indivíduos desconheciam o que estava acontecendo. Como não se sabia o que acontecia ou a causa para a lepra, então ela era considerada uma manifestação demoníaca, pois nesta época não havia conhecimento científico. Ao que era desconhecido dava-se explicações religiosas.
A Igreja e o Estado durante este período eram apenas um. Existiam reis, senhores feudais, mas os membros da Igreja eram quem tinham maior voz para tomar decisões dentro do meio social. E por conta deste poder centralizado da Igreja católica e por conta do contexto histórico em que este poder estava inserido, um contexto em que não havia razão científica para as coisas, mas sim uma razão religiosa, a Igreja influenciava no tratamento social das pessoas com transtorno mental e até mesmo de doenças orgânicas, como vimos no caso da lepra.
Como foi dito posteriormente, visavam um tratamento à base de dor e sofrimento, por considerarem manifestações demoníacas o desconhecido, acreditavam que esta forma de tratamento seria o ideal para salvar a alma das pessoas com a doença, que estes estavam pagando por pecados e então os demais indivíduos da sociedade deveriam discriminar e deixá-los sofrer para que assim, após a morte, conseguissem paz espiritual e salvação de sua alma.
Pode se explicar a prática de internamento surgindo pós Revolução Industrial, surgindo a princípio como instituições de caridade criada pela Igreja Católica, com o objetivo de abrigar aqueles que ficassem em situação de rua devido ao grande crescimento populacional, que era consequência da Revolução Industrial. Nestes abrigos criados com a prática de higienização eram atendidas pessoas em situação de rua, pobres, pessoas com doença orgânica ou física, e aqueles quem violavam as leis. Enfim, qualquer indivíduo poderia ser internado em hospitais recebendo os mesmos tratamentos.
Com a alta migração de indivíduos para os centros urbanos em que havia desenvolvimento de indústrias, houve uma superlotação nas ruas inglesas, surgindo assim a pobreza, e consequentemente a denominação de vários distúrbios psicológicos (que Philippe Pinel vem explicar posteriormente).
Um dos fatores que contribuíram para que o crescimento populacional aumentasse ainda mais, é que neste período a família era vista como um corpo só, detentor do mesmo sangue e que quando algum indivíduo cometesse um ato considerado vergonhoso para sua família ou tivesse um comportamento impróprio para os padrões sociais da época, como por exemplo, cometer crimes, ou ter alguma perturbação mental, este estaria sujando o nome e o sangue de sua família, portanto era abandonado por seus membros, deixando-o a sobreviver nas ruas.
Com a modernidade e o pensamento já secularizado e humanista, surge com as ideias de Pinel de que aqueles que possuíam perturbações mentais eram doentes, portanto deveriam ser tratados como doentes e não a base de violência como a Igreja católica previa. Houve então uma separação de instituição asilares, criando as prisões que atendiam aqueles que infringiam as leis.
Houve uma aproximação do direito com a psicologia, sendo que a psicologia entraria com o objetivo de diagnosticar até que ponto a sanidade do réu o consideraria criminoso ou portador de algum transtorno mental, para que assim haja uma distinção de tratamento entre doente e o não doente.
TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO NO BRASIL
Pode-se dizer que a psiquiatria no Brasil iniciou-se com a chegada da família real. A situação aqui, se repete da mesma maneira que havia sido na Europa. Criam-se instituições de caridade para abrigar pessoas em situação de rua, cenário que era bastante normal na sociedade brasileira após 1530, quando houve uma imigração em massa para as terras brasileiras, estrangeiros em busca de ascensão social e muitas vezes não conseguiam, então acabavam tendo que tornarem-se moradores de rua, mas esse não se torna o único motivo para o surgimento de moradores de rua.
A Europa via a “terra nova”, como era chamado o Brasil, como um “depósito”, em que o que era indesejável em terras europeias, eles mandavam para as terras brasileiras, incluindo doentes, prostitutas, infratores de leis, etc. Posteriormente, com a lei do sexagenário, as cartas e alforrias, e até mesmo com a abolição da escravidão, o número de moradores de rua cresceu mais ainda. Escravos libertos que saíam das fazendas sem rumo, sem saber o que fazer, ficavam nas ruas mendigando. Então as instituições de caridade vêm para servir como abrigo para as pessoas, pois a família real e a classe burguesa que aqui já se concentravam não queriam ter a seus olhos mendigos pedindo esmolas pelos centros urbanos, e muito menos trombar com negros ex-escravos pelas ruas. Nestas instituições era abrigado qualquer tipo de pessoa, sendo portador de doenças ou não. Posteriormente estas instituições tornam-se hospitais gerais, e estas pessoas que já estavam abrigadas nelas continuaram internadas, tendo o mesmo tratamento, a base de dor e sofrimento como era no modelo europeu.
Nestes hospitais psiquiátricos tantos os pacientes como os técnicos da área, viviam em condições degradantes. Os pacientes viviam em péssimas condições de higiene e alimentação, sua comida era jogada em colchetes, repetindo a forma como os porcos eram tratados em seus chiqueiros. Tinham poucas roupas, e muito dos pacientes ficavam nus, dormiam sob um fino pedaço de palha que era trocado raramente e que os pacientes defecavam e dormiam em cima de suas próprias fezes, passavam frio, passavam fome e até mesmo aqueles que estavam lá em ótimas condições mentais ou físicas, acabam por fim, desenvolvendo algum transtorno ou doença orgânica.
Pelo contexto social da época, como já foi dito acima, a família era considerada apenas um corpo e quando um deles cometia algo vergonhoso para sua família, muitas vezes este membro era abandonado, isso era frequente nos hospitais psiquiátricos. Muitas famílias deixavam seus membros nestes hospitais, esqueciam-se deles, esta realidade era favorável para os hospitais que se tornavam mercado de cadáveres, pessoas eram esquecidas em hospitais, enquanto esse esquecimento, não se sabe se era intencional ou não.
Pessoas eram esquecidas até chegarem a sua morte, e assim eram vendidas ou doadas para escolas de medicina, tendo seu corpo utilizado para estudos. A quantidade de cadáveres não identificados era tão grande, que muitas vezes iam vagões de trens buscarem para que fossem deportados para as instituições, servindo como material de estudo.
Dentre os tratamentos psiquiátricos a base de medicamentos, havia as cirurgias psicológicas, como a sangria e a lobotomia. Na sangria acreditava-se que a doença estava no sangue, então fazendo a eliminação do sangue, o paciente estaria curado. No caso da lobotomia, era feita em pessoas agressivas, tirava-se parte do cérebro sendo que a pessoa acabava tornando-se dócil e assim facilmente tratado, por isso muitos das pessoas que entravam nos hospitais sem nenhum tipo de transtorno, acabavam saindo com um diagnóstico.
Entre os hospitais que era um modelo manicomial, existiam os hospitais colônia, que a característica deles eram o trabalho como forma de terapia ocupacional para a recuperação das pessoas com transtorno mental, em que consideravam o trabalho como a melhor forma de tratamento da época para que pudessem ajudar seus pacientes a conseguirem sua recuperação.
Os técnicos da área da saúde e os estudiosos da área incluindo Michel Foucault e Erving Goffman, começaram a fomentar uma reforma psiquiátrica em congressos e eventos referentes a saúde mental, com diversas pessoas interessadas pelo assunto e pelo grande descaso dos setores da saúde para as condições desumanas dentro dos hospitais psiquiátricos.
Começaram nestas reuniões feitas pelos funcionários da área da saúde mental, a ideia de uma reforma psiquiátrica necessária, reivindicavam por mais atenção aos hospitais e aos pacientes, pediam por uma quantidade maior de verba, para contratar profissionais da área, que eram poucos, a maioria eram estagiários residentes de medicina, que recebiam pouco e trabalhavam muito, e essa situação colaborava para que os pacientes fossem destratados dentro dos hospitais.
Pensava-se em uma forma mais humana de tratar os pacientes, queriam o fechamento dos manicômios, surgindo os movimentos anti-manicomiais, que prevê o fechamento dos manicômios e tornando-se extinta a internação compulsória, a não ser em caso de vida ou morte do paciente ou das pessoas que as rodeiam.
Analisando os diferentes contextos e discursos históricos referentes a loucura e à psiquiatria, podemos perceber que o tratamento psiquiátrico é consequência do uso do conceito de loucura, e este conceito muda no decorrer dos tempos, modificando também as formas de tratamento. Antes o tratamento da pessoa com transtorno mental era a base de dor e de sofrimento, consideravam a melhor forma de tratar, desconheciam o que havia com estes indivíduos, consideravam manifestações demoníacas, e, portanto, mereciam sofrer para que pudessem alcançar a paz espiritual e seu lugar ao céu.
Hoje com o pensamento secularizado e o avanço da ciência, da medicina, da psicologia, da psiquiatria e outras ciências, vemos o tratamento psiquiátrico a base de conversação e compaixão, ainda não sabemos o que se passa com a pessoa com transtorno mental, e possivelmente ele também não sabe. A discriminação e a desumanização destes indivíduos não é a melhor forma de tratá-los.
Hoje temos o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) que se acredita que esta é a melhor forma de tratamento, com terapia ocupacional, em grupo ou não, para assim termos a melhoria do paciente. Acreditamos hoje, que a compaixão e o amor ao próximo se torna o melhor remédio para tratar estes indivíduos, mas mesmo assim isso não significa que daqui alguns séculos ou até mesmo anos, outra forma de tratamento seja descoberta e considerada como melhor, ou que daqui algum tempo o conceito de loucura se modifique, e estudiosos do futuro venham a criticar o que praticamos hoje.
AMARANTE, P. Saúde mental e atenção psicossocial. Editora Fiocruz. Rio de Janeiro. 2007.
AMARANTE, P. Loucos pela vida: A trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Editora Fiocruz. Rio de Janeiro. 1995.
ARBEX, D. Holocausto brasileiro. Genocídio: 60 mil mortos no maior hospício do Brasil. Editora geração. São Paulo. 2013.
BRESCIANI, M.S.M. Londres e Paris no século XIX: O espetáculo da pobreza. Editora brasiliense. São Paulo. 1990.
DESVIAT, M. A Reforma Psiquiátrica. Editora Fiocruz. Rio de Janeiro. 1999.
FOUCAULT, M. A História da Loucura na Idade Clássica. Editora Perspectiva. São Paulo. 1995.
FOUCAULT, M.. Doença mental e psicologia. Editora tempo brasileiro. Rio de Janeiro. 1975.
HELMAN, C.G. Cultura, Saúde e Doença. Editora ArtMed. Porto Alegre. 2006.

sábado, 18 de março de 2017

2012 e as Ylusoes de 1 Profecia: Esquizofrenia uma questão de DIAGNÓSTICO

2012 e as Ylusoes de 1 Profecia: Esquizofrenia uma questão de DIAGNÓSTICO: Paulo Leonardo Castilho Pires · 9 h · Curtir Mostrar mais reações Comentar Compartil...

sábado, 25 de fevereiro de 2017

2012 e as Ylusoes de 1 Profecia: Assinando a PETIÇÃO AVAAZ Isenção de IPTU para por...

2012 e as Ylusoes de 1 Profecia: Assinando a PETIÇÃO AVAAZ Isenção de IPTU para por...: https://secure.avaaz.org/po/petition/Paulo_Leonardo_Castilho_Pires_Isencao_de_IPTU_para_portadores_de_CANCER_E_OUTRAS_ANOMALIAS/?cNirLlb&a...

O Trabalho é o instrumento que deve possibilitar a realização econômica,social e psicológica do ser humano.

Decreto 3.298 de 1999 que regulamenta a Lei 7.853 de 1989 cujo objetivo é reintegrar os portadores de deficiencia em todas as esferas do meio SOCIAL.

O trabalho é instrumento que deve possibilitar a realização econômica, social e psicológica do ser humano, sem o qual não a de se falar em dignidade HUMANA.

ver Artigo 5 do link.....



espacoacademico/022/22crozicki.htm

sobre o trabalho

Teoria de LAZARUS

3.2.1 - A TEORIA TRANSACCIONAL DE LAZARUS
A Teoria transaccional de stress, proposta por Lazarus e colaboradores (Folkman e Lazarus, 1986; Folkman e Lazarus,1988; Folkman e Lazarus, 1991; Lazarus, 1993), realça a interdependência entre as cognições, as emoções e os comportamentos. Trata-se duma perspectiva na qual se destacam dois tipos de processos, a avaliação e o coping,  os quais se referem à relação que se estabelece entre o indivíduo e o seu meio ambiente. A avaliação inclui a avaliação primária (mediante a qual a pessoa avalia a importância do acontecimento para o seu bem-estar) e a avaliação secundária (em que a pessoa avalia a sua capacidade para lidar com a situação). O coping refere-se ao processo de lidar com as exigências internas e/ou externas que excedem os recursos da pessoa. A avaliação e o coping são processos transaccionais, na medida em consideram não o meio ou a pessoa considerados isoladamente, mas sim a integração de ambos numa determinada transação. A avaliação (por ex. a avaliação duma situação ameaçadora) implica um conjunto de condições do meio que são avaliados pela pessoa que tem características psicológicas particulares. O coping, por sua vez, inclui pensamentos e comportamentos que a pessoa utiliza para lidar com as exigências das transações indivíduo – meio que têm relevância para o seu bem estar. Por outro lado, as avaliações das relações indivíduo-meio são influenciadas pelas características pessoais antecedentes como padrões de motivação (valores, objectivos), crenças acerca de si próprio e do mundo que o rodeia, e recursos pessoais de coping. A avaliação é também influenciada por variáveis do meio como,  por exemplo, a natureza do perigo, a sua eminência, a duração, a existência e qualidade dos recursos de apoio social, que facilitam o processo de coping. As variáveis cognitivas medeiam a resposta de coping, no sentido em que a pessoa tem tendência a evitar as situações avaliadas como ameaçadoras, para se confrontar com os desafios e para tentar aceitar as situações de dano ou de perda. Relativamente à relação da avaliação e do coping com a saúde e a doença, os supracitados autores salientam que o processo de avaliação deve caracterizar-se por um
263 educação, ciência e tecnologia
grau moderado de estabilidade para poder influenciar o processo de coping e que a investigação acerca da relação entre acontecimentos indutores de stress e os sintomas psicológicos pressupõe que o coping desempenha um importante papel mediador. Em estudos recentes, os autores desta teoria, têm salientado o papel da emoção no processo de stress e coping (Folkman e Lazarus, 1991 ; Lazarus, 1993). Folkman e Lazarus (1991) definem as emoções como sendo ...“reacções psicofisiológicas complexas e organizadas, que consistem em avaliações cognitivas, impulsos de acção e reacções somáticas padronizadas... os três componentes operam como uma unidade e não como respostas separadas e o padrão dos componentes reflecte a qualidade e a intensidade da emoção”. Referem estes autores que a emoção e o coping influenciam-se mutuamente numa relação dinâmica e recíproca em que: a emoção facilita e interfere com o coping (o qual não é apenas uma resposta à emoção, sendo também influenciado pela avaliação) e, numa perspectiva temporal, o coping pode afectar a reacção emocional. A avaliação e o coping são, também, entendidos como mediadores da resposta emocional. Assim, o coping influencia a relação pessoa-meio e a resposta emocional, das seguintes formas: A actividade cognitiva modifica o significado subjectivo da situação para o bem-estar do indivíduo; As acções transformam as relações pessoa-meio. Lazarus (1993) refere que apesar do “stress” permanecer um conceito útil e importante, este deve ser alargado para incluir o conceito de emoções. Este autor, na sua “Teoria cognitivo-motivacional-relacional das emoções”, defende que o stress psicológico (porque se centra nas emoções negativas) deve ser visto como fazendo parte dum conceito abrangente que inclui as emoções positivas e as negativas, as quais são de grande relevância na forma como pensamos e agimos.