sábado, 25 de fevereiro de 2017

Diferenças na exclusão de pessoas com deficiência

3. Diferenças
A falta de informação contribui para a exclusão. Há milhões de vidas que estão sendo desprezadas, privadas de novos conhecimentos, e das relações sociais. É preciso RESPEITAR A DIFERENÇA do deficiente, que é realidade, não pode ser negada, mas pode ser alterada para um estado de vida e saúde melhor.
Há muito tempo, e mesmo na década de 40, quando o Brasil sequer havia adotado políticas assistencialistas, os portadores de deficiência, quando sobreviviam, eram acompanhados da estigmatização e compulsoriamente destinados à exclusão social. E, se ainda são, agora, em pleno terceiro milênio, discriminados e excluídos, é por falta de informação, além, especialmente, da falta de respeito à vida. 
No tempo em que não havia meios de saber acerca da deficiência, até se pode entender o fato de alguém, por ser diferente, ser percebido como incômodo social.
Depois de 1945, finalizadas as duas primeiras guerras mundiais, ficou aparente um dos graves descuidos da humanidade: a exclusão social do diferente. As Declarações e os Tratados que surgiram, das Nações Unidas (ONU) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), trataram da política de integração social e não-discriminação. 
Este fato influenciou a produção de novas leis nacionais, e levou a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 a expressar mandamentos destinados a resguardar os cidadãos da discriminação.

4. Hoje, o que está acontecendo?
“Sem informação e sem recursos financeiros, envolvidos em um contexto onde a sobrevivência é a principal luta, os portadores de deficiência ficam esquecidos num canto pela família, pela comunidade e pelas autoridades. Ficam marginalizados do convívio social, sem cidadania, sem dignidade. (RESENDE, 1996, p.16)” [7] 
A relação entre deficiência e pobreza é tema muito bem destacado no Programa de Ação Mundial para as Pessoas Deficientes [8] , e oferece informações alarmantes, bem como lembra o descuro mundial à ação preventiva da saúde pública. Vale a leitura destes parágrafos do referido Programa de Ação Mundial:
“Menos de 80 por cento do total das pessoas deficientes vivem em zonas rurais isoladas dos países em desenvolvimento. Em alguns deles, a proporção de pessoas deficientes é calculada em até 20% e, se incluirmos famílias e parentes, os efeitos negativos da deficiência podem afetar 50% do total da população.”
“A relação entre deficiência e pobreza ficou claramente demonstrada. Se o risco de deficiência é muito maior entre os pobres, a recíproca também é verdadeira. O nascimento de uma criança deficiente ou o surgimento de uma deficiência numa pessoa da família pode significar uma carga pesada para os limitados recursos dessa família e afeta a sua moral, afundando-a ainda mais na pobreza. O efeito conjunto desses fatores faz com que a proporção de pessoas deficientes seja mais elevada nas camadas mais carentes da sociedade. Por esta razão, o número de famílias carentes atingidas pelo problema aumenta continuamente em termos absolutos. Os efeitos dessas tendências constituem sérios obstáculos para o processo de desenvolvimento.”
“Em muitos países tem-se deixado de lado, em especial, os serviços sociais e de saúde destinados aos doentes mentais. O tratamento psiquiátrico dos doentes mentais deve vir acompanhado de apoio e orientação a eles e suas famílias, que freqüentemente estão submetidas a um estado particular de tensão.” (ver nota 7)

Assinalada a dificuldade advinda com a pobreza e a luta pela sobrevivência, concomitantes ao descuro da Saúde Pública, admite-se que estas observações acerca da vida do deficiente remetem à questão trabalho.

http://espacoacademico.com.br/022/22crozicki.htm

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